sábado, junho 30, 2007

Jornal


Sábado. Noite. Não vejo horas para estar contigo outra vez. Eu não estou. A minha alma está. 22h27. Ainda não te deitaste mas pouco falta. Estou ansioso. Qualquer acção que faças eu sustenho a respiração. Quando te sentas. Quando pegas em algo. Como agora. Vestes o pijama acendes o candeeiro e pegas num jornal. Sentada com as pernas esticadas na cama. Sou a almofada que te aconchega as costas. Sou o lençol que te cobre levemente. Pouco te toco. Só com carícias. Sempre com medo. Amor. Vais desfolhando o jornal à medida que vais lendo. Devagar. Sem pressas. Riste sozinha porque sujaste os dedos com a tinta do jornal. Mas não te importas e continuas. No teu jornal não há notícias. Recordas momentos. E imagina-los no jornal. Há algo que te faz lembrar de mim. Percebo isso pela maneira como sorris. É diferente. É um sorriso mais meigo. Nunca encontrei algo mais perfeito que o teu sorriso. Este. O teu. O do meu Amor. Neste jornal eu apareço em todas as páginas. Em todas as palavras. Em todas as letras. E isso deixa-te reconfortada. Acompanhada. Com se estivesse aí contigo. Nós. O sono vai entrando. Devagarinho. Fechas o jornal. Entreabro a janela. A rua acalmou. A noite espera que adormeças para ver um anjo a dormir. Eu também fico. Toda a noite. Sem limite de horas. A proteger-te de tudo. A proteger o meu Anjo. Até de manhã.

No jornal da vida, és o anúncio que a minha alma precisava.