segunda-feira, março 31, 2008

Teatro

Foi de tarde. Sim de tarde. Que entrei na bilheteira para comprar dois bilhetes para a grande peça. Lá para a frente. Já me tinhas falado que gostavas de ir ver. Um pequeno mimo. Pego nos bilhetes e agradeço. Já a algum tempo que não íamos a teatro. A surpresa. Aviso-te apenas que vamos sair a noite. Os dois. Pensas no que será sem medo. Confiança mútua. Vestes apenas qualquer coisa para a noite. Vou para casa. Tomo banho. Seguro nos bilhetes e ponho no bolso da camisa. Guardados. Levo o carro até a tua porta. Toco duas vezes. Desces. Sorris e com um ar matreiro perguntas. Aonde vamos amorzinho? Fiquei indecisa na roupa que ia levar. Estavas linda com o vestido. Vou guiando esquivando-me da pergunta. Mas por pouco tempo. Vamos ao teatro. Ver a peça que querias ver. Seguras a minha mão e sorris. Sorriso aberto. Não dizes nada. Não precisas. Eu percebo. Estaciono. Ainda falta. Vamos dar um passeio. Mão dada. Sentamo-nos num pequeno banco. Falamos do dia que passou. Vamos andando para o foyer do teatro. Entrego o bilhete. Pequeno rasgo. À esquerda. Os bancos todos alinhados. É aqui. Três pancadas. Molière. O pano sobe. Os artistas. Um a um. Entram. Saem. Gritam. Andam. Fazem. Transpiram. Nenhum se enrola a falar. Fazem rir no geral. Fazem sentir no particular. No fim a ovação é partilhada em cada lugar. Aplausos. Bravo. De pé. Agradecem. Saem. As palmas continuam. Eles voltam. Mais uma vez. Saímos. Dizes que gostaste muito da peça. De mão até ao carro. Já é tarde mas hoje foi diferente. Levo-te a casa. Agradeces pela noite. Vou para a minha. Cheguei.

Só contigo percebo uma peça de teatro sobre o amor.