sexta-feira, outubro 31, 2008

Horas


Á noite telefonaste. Este tempo de frio. Vou estar o dia todo fora. E no sítio onde vou estar não tenho rede. Mas de noite em casa telefono-te. Prometido. Mesmo se for tarde? Sim. Falamos. Mas quando a ideia que amanhã não iria te ouvir. Perdi-me. O dia nasce. E. Nada. Voice Mail. Nada. Começo a imaginar o que fazes. Como falas. Já deves estar farta de aí estar. Calma. Visto-me e vou para a rua. Passar o tempo. Mas não passa. Olha deixa ver como isto já cresceu. Está na mesma. Vou aquela loja. Já fechou. 5 minutos. 3 minutos. O relógio deve estar a atrasar. Vou almoçar a um restaurante. Ainda não temos ementa. Mais de caminho. Sento-me e peço uma bebida. Jornal. Nada de novo. Pago e saio. Mais um passeio. Dois passarinhos lutam por uma raminho. Lembro-me que esqueci da máquina fotográfica. Sento-me num banco. Almoço. Lanche. Ainda falta tanto tempo. As horas. Basta saber que não estás desse lado neste momento. Já estou em casa. Sala. Quarto. Cozinha. Sala. Hall. Ouço um telefone a tocar. Corro para ele. Não. É do vizinho do lado. Beicinho. Varanda. Fechar a janela. Filme. 2 horas. Pouco. Ainda. Anoitece. Frio. Mesmo. Vou para a coznha preparar o jantar. Avental. Receita de livro. Não é muito complicada. Tabuleiro. Copo. Prato. Talheres. Ocupo o menos possível do sofá. Aninhado. Sem ti não tem a mesma piada. Televisor. Começo a preocupar-me. Não à de ser nada. Trânsito. O telefone toca. Sim é ele. Toque igual. Atiro a manta para o lado e vou em passo acelarado. Levanto o auscultador. O ponteiro dos segundos avança. Olá!

Da próxima vez adianto os relógios só para não sentir que as horas passam devagar.