domingo, agosto 31, 2008

Férias


Sigo viagem. Hoje de manhã senti já as saudades. Só de saber que à tarde já não te iria ver. Todos os anos é assim. Mas não devia. Ontem passei o dia contigo. Brincámos com a cadela. O novo membro da famíla como tu própria disseste. Que só quer festinhas e nunca engraçou com a coleira. Volto para casa a pensar no dia de amanhã. Telefonas-me à noite a desejar boa viagem. Dizes-me vais ver que vai ser o mês mais pequeno do ano. Ainda me fizeste rir. Eu digo que sem dar por isso estou aí contigo. Faço as férias dentro do país. Para onde quer que vá é sempre perto. Para onde quer que vá é sempre longe. Em todos os lugares que visito tiro várias fotografias. Em todos os lugares penso que se tivesses comigo seria a melhor paisagem do mundo. Compro umas prendas para te fazer supresa. Ligo-te várias vezes por semana para saber como estás. Amo-te. A minha alma vai ter contigo todos os dias. Dia sim. Dia sim. Viajam juntas. É a única maneira de matar as saudades. Ou pelo menos escondê-las durante um tempo. Pouco. Na última noite antes de vir para casa telefonei-te. Estavas a ler um livro. Contei-te que o tempo não estava para brincadeiras e que pouco passeei. Disseste que tinhas ficado em casa pelas mesmas razões. Já falta pouco. Amanhã já aí estou. A vinda foi quase a voar. Nem dei pelo tempo passar. Só queria estar contigo. 100km. 50km. 25km. As placas passaram e eu nem as vi. Nem passei pela minha casa primeiro. Fui logo ter contigo. Levei a mala onde estavam as prendas. Toco a porta. Senti o chão a estremecer de vires a correr. Abres a porta.

Não consigo ficar assim tanto tempo sem te ver.