sexta-feira, setembro 29, 2006

Ilha


Ligo o candeeiro. Coloquei-a na mesa de cabeçeira. Inclinada para a ver quando acordo. Foto. Emoldurada. Estás a rir. Olhas o céu. Eu estou ao teu lado a olhar de frente para a máquina. Estavamos à beira-mar. Lembro-me ainda da conversa. Dizias que gostavas de navegar. Ilha. Areia. Deserta. Sentada num barco íamos para um lugar secreto. Só nosso. Ninguém conhece. Eu e tu a percorrer a praia por inteiro. O Pôr-do-Sol aqui é único. Diferente. Tímido. A floresta é densa. Sentados na areia falavamos em lá voltar. De mão dada. Refúgio. As horas aqui não importam. Não fazem falta. Em nada. Voltamos de barco. Sentaste na proa. Sentes o vento com cheiro a mar a mimar-te a face. Alma contente. Desligo a luz. Volto-me para o lado e adormeço. Olá.

Ao olhar para a nosso fotografia sinto saudades de andar contigo no nosso refúgio.

terça-feira, setembro 19, 2006

Caminho



Hoje não te encontro. Já fui a todos os sítios onde estivemos juntos. Nada. Voo até um jardim. Não te oiço. Não te vejo. Abraço o caminho e rumo sem destino. Volto aos mesmos sítios. Não estás. Olhando para a esquerda e direita nem o teu perfume contemplo. Estarás doente? Estarás perdida? No eco do teu nome que oiço pela minha voz, perco-me a pensar em ti. Sento-me na Lua. Faço do céu mesa para me apoiar. Não te tenho aqui, mas sinto-te. Aperto o coração. Sinto-te. Amor. Distraidamente sais do meu coração. Levantas-te e ficas mesmo em frente a mim. Meu Amor. Desde que fui à tua procura estiveste sempre no meu coração. Trouxe-te no meu peito. Sempre comigo. Procurar-te-ei doravante primeiro no meu coração. Estarás sempre lá. Quietinha. Aconchegada a mim. Aninhada no meu peito. Cá dentro.

É no meu coração que guardo para sempre o meu amor por ti.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Quarto


Nestas quatro paredes o tempo parou. No teu quarto estamos os dois aos beijos. Amo-te. De coração. A luz é tão fraca que te ilumina apenas a face e os olhos. Perfeita. Sentados na tua cama falamos sobre tudo. Amor. Do nosso. Flores. Da tua rosa de estimação. Velas. Esta mesma que nos faz ambiente. Praia. De uma onda que te molhou os pés e te arrepiaste. Do teu peluche. O Pencas que está sentado também a meio da cama. Sorrio-te com uma pitada de orgulho. Contas que todas estas coisas te fizeram pensar em mim. Que sentiste a minha presença. A minha alma. Beijo-te uma vez mais. Enrolo o teu cabelo com o dedo. Sorrio-te e digo-te: Sim amor, fui vela rosa peluche onda e vento. O tempo volta a gatinhar pelo soalho da tua casa. Os teus olhos brilham como duas estrelas. Beijas-me continuamente. Adoro-te. Encostas a cabeça no meu ombro. Agarras-me pelo tronco. Uma gota de água escorre-te a medo pela face. Dizes: amo-te muito! Não me deixes! Com calma enxuto-te a gota. Digo-te: És tudo para mim. Deixar-te era abandonar o meu coração para sempre do amor. E não o vou fazer. Abro a janela e grito que te amo. Riste puerilmente.

Faço questão que toda a gente saiba que te amo.